sábado, 6 de novembro de 2010

PROJETO TERAPÊUTICO DO CECCO VM/VG - TROTE - 2009

CECCO VILA MARIA/VILA GUILHERME
Coordenadoria da Região Norte
Supervisão de Saúde de Vila Maria/Vila Guilherme.


PROJETO TERAPÊUTICO
                                              
 
I. HISTÓRICO

Os Centros de Convivência e Cooperativas foram inicialmente implantados na cidade de São
 Paulo na década de 90, enquanto equipamento pertencente à rede de atenção a saúde mental
 da Secretaria Municipal de Saúde, de acordo com os pressupostos da luta antimanicomial,
que discutia a problematização das instituições totais e seu reflexo na sociedade e a necessidade
da garantia da cidadania.

Para implantação desse serviço na cidade de São Paulo foi elaborado um documento de
Normas Técnicas e Padronização de Condutas: Normatização das Ações nos Centros de
 Convivência e Cooperativas Municipais, documento que serviu de referência até 2006, quando foi realizada
uma revisão pelo grupo de trabalho intersecretarial “Cultura, Cidadania e Saúde
Mental”.

Atualizar estas referências técnico-normativas era necessário, pois o funcionamento dos equipamentos
 durante esse período sofreu várias alterações, foi se escrevendo outra história e apareceram as primeiras
mudanças conceituais: de antimanicomial para inclusão,para vulnerabilidades, para direitos, para o respeito
 à diversidade e para integralidade.

Atualmente os CECCOS cumprem na prática diária o compromisso de substituição dos
 modelos ditos “manicomiais”, por novas formas de relação social pautada na inclusão,
 no respeito à diversidade, na cooperação pela cultura da paz.

O conceito de saúde mental nesta abordagem foi ampliado para ser objeto de saúde pública,
 cultura, meio ambiente, além de ter um foco específico nas relações de trabalho, sociais e econômicas.
Os CECCOS institucionalmente funcionam como elo entre estas esferas de
 vivência e ação do cidadão, facilitando o trânsito entre elas e capacitando as escolhas.

O Centro de Convivência e Cooperativa constitui-se, como um equipamento de saúde,
 de caráter intersecretarial cuja principal função é promover a inclusão social do portador de
sofrimento mental; portadores de deficiência física, mental, sensorial; idosos; crianças e
 adolescentes, enfim todos aqueles segmentos da sociedade, que, em dado momento,
apresentam prejuízo na sua interação social.

Dessa forma, o CECCO deve acolher a toda a população (geral e vulnerável), de todas as
 faixas etárias que necessitam do trabalho da unidade, propondo reduzir o preconceito e as diferenças,
 favorecer a inclusão social, trabalhar com os diferentes recursos oferecidos pela comunidade e outros
equipamentos públicos do território, favorecendo assim o pleno exercício
 da cidadania.

Os CECCOS fazem parte da “rede de cuidado ininterrupto à saúde” e da rede de proteção
social, dentro do território.

II – INTRODUÇÃO


O CECCO Vila Maria/Vila Guilherme, nasceu da necessidade de se buscar espaço para
realização de oficinas de Tai Chi Pai Lin e Danças Circulares que eram realizadas na
Biblioteca da Vila Maria.

Com a mudança de diretrizes da Secretaria da Cultura proibindo a continuidade da realização destas oficinas
 no anfiteatro da biblioteca, um grupo de usuários juntamente com a Coordenadora destas oficinas foi procurar
o espaço do Parque de Vila Guilherme – Trote que se encontrava recém reformado e sem ser ocupado. Com
 a permissão do administrador do Parque a partir de outubro de 2006 as terças e quartas-feiras
 eram ministradas as oficinas.
Em 2007 outros profissionais de unidades básicas de unidades da região vieram
 realizar seus trabalhos utilizando este espaço não existente nas unidades de saúde.

Em função do uso do espaço pelos profissionais e da inexistência desse recurso na
 região surgiu à idéia de se propor a implantação do equipamento CECCO dentro do
Parque de Vila Guilherme – Trote para Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria
do Verde e do Meio Ambiente.

A Interlocução de Práticas Integrativas, Corporais e Meditativas junto com a Interlocução de Saúde Mental
 da Supervisão de Saúde de Vila Maria/Vila Guilherme, com o apoio do Supervisor de Saúde Dr. Ruy
 Guilherme Córdero da Silva elaborou um Projeto para implantação do equipamento e apresentou para
o Administrador do Parque e ao Conselho Gestor do Parque, que aprovaram de pronto a proposta,
 a partir de então, iniciou-se um trabalho de mobilização e negociação com as Secretarias envolvidas.

Em 21/07/08 o Centro de Convivência e Cooperativa de Vila Maria/Vila Guilherme – Trote
 foi reconhecido e oficializado como equipamento pertencente à rede de serviços da Secretaria Municipal de Saúde.

A sede do equipamento está sendo instalada em 01 sala anexa a antiga administração da
 Sociedade Paulista de Trote, com acesso pela Av. Nadir Dias de Figueiredo, nº 1580 – Vila Guilherme,
 telefone 2905.2135.

A sede oficial do CECCO foi negociada com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente para funcionar na
 área das Cocheiras que foi tombada pelo Patrimônio Cultural e que aguarda liberação de verba para início  do
 Projeto de reformas.





III . JUSTIFICATICA


Os Centros de Convivência e Cooperativa são serviços municipais sob a gerência da Secretaria
Municipal de Saúde em parceria prioritária com as Secretaria de Cultura, do Verde e Meio Ambiente,
 Esportes e Participação e Parceria, além dos parceiros da Comunidade Científica e Instituições Não
 Governamentais, que realizam política pública de qualidade com acesso universal, alterando
 os índices de desenvolvimento nas regiões em que atua.

Os CECCOs têm como perspectiva a realização de uma ação pública que garanta os direitos
 universais e acesso a serviços por meio de oficinas livres para população com temas de interesse,
 que contemple a diversidade social independente da condição econômica, cultural, de saúde e credo.

Buscar fomentar o desenvolvimento de potencial criativo – oficinas culturais de convivência e
 potencial ativo – geração de renda em economia solidária.

A missão dos CECCOs é possibilitar o encontro da diversidade mediada pelas manifestações culturais,
na forma de oficinas de qualidade, carregadas de sentido ético-estético-histórico, que venham possibilitar
 a circulação de papéis e lugares existenciais, que concorram para o surgimento de sujeitos de desejo e
da coletividade.

O CECCO deve trabalhar junto às famílias, e comunidade oferecendo novas possibilidades de
 vínculos e relações, favorecendo a rede de apoio social que se mostra na maior parte das vezes eficaz
 para proteger as pessoas e diminuir sua vulnerabilidade. Seu compromisso maior é a não
 institucionalização da população.

IV– OBJETIVO GERAL

- Oferecer a família, a criança, ao adolescente, ao adulto e ao idoso espaços de aprendizagem, conhecimento,
informação e desenvolvimento, através das áreas da cultura, meio ambiente, saúde, educação, cidadania e
 trabalho.

V – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Trabalhar com a diversidade, respeitando os aspectos individuais e as experiências de vida de cada
 participante e possibilitando a inclusão do portador de sofrimento mental; do portador de deficiência
física, mental, sensorial e de todos os segmentos da sociedade que apresentam prejuízo na sua interação
social;

- Proporcionar espaços de aprendizagem para todas as idades nas áreas de saúde, meio ambiente, cultura,
 educação, cidadania e trabalho;

- Promover encontro de pessoas , facilitando a inclusão de indivíduos em vulnerabilidade de saúde ou social;

- Estimular o despertar de novas vocações e potencialidades com objetivo de desenvolver a Proposta de
 Cooperativas de Geração de Renda;

- Estimular a participação da comunidade na elaboração e manutenção de projetos que venham beneficiar a
 comunidade;

- Favorecer o reconhecimento das pessoas, independente de sua faixa etária como sujeitos de direitos e
 deveres capazes de gerar mudanças individuais e sociais;

- Atuar de forma integrada com os recursos da comunidade e de outros equipamentos públicos
do território para desenvolver ações que visem à inclusão e inserção social;

- Promover eventos que integrem as ações das Unidades Básicas de Saúde da região de Vila
Maria/Vila Guilherme e Comunidade, visando à divulgação e articulação dos serviços e a ampliação do
 alcance
 das ações de saúde, principalmente com relação aos cuidados de promoção e prevenção em saúde;

- Promover a divulgação, discussão e informações acerca dos problemas do meio ambiente e saúde da
 comunidade;

- Manter a questão da saúde em evidência, buscando a conscientização da população sobre as
 questões de saúde individual e da comunidade;

- Propiciar transformações conceituais na compreensão da saúde, relacionando-a a qualidade e ao
 compromisso com a vida e não simplesmente à ausência de enfermidades;

- Promover o conhecimento dos recursos de sua comunidade e da sua responsabilidade na
 preservação e
 cuidado de sua saúde e do meio ambiente;

- Desenvolver os conceitos dos 5 R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar e Recusar, onde o primeiro
 passo é reduzir a quantidade de lixo que se produz, depois reutilizar tudo que pudermos e reciclar,
 repensar nosso comportamento diário e recusar produtos que agridam a saúde e o meio ambiente;

- Propiciar momentos de reflexão e discussão que mobilize o interesse das pessoas  para desenvolver
 ações que transforme as suas atitudes individuais e o seu compromisso pela melhoria da qualidade
 de vida da comunidade;



VI – METODOLOGIA

O trabalho a ser desenvolvido prioriza a formação de grupos de pessoas, através de oficinas de diferentes
 linguagens: culturais, de práticas corporais, de convivência, educativas, de cooperativas, cujo foco é
a inclusão e valorização do potencial criativo e ativo dos indivíduos; a valorização do vínculo enquanto
 processo de promoção de saúde; a inclusão pelo trabalho, a potencialização do exercício da cidadania
 para todos.

VII. FLUXO DE ATENDIMENTO


O CECCO está se estruturando para ser referência às Unidades de Saúde da região da Vila Maria/Vila
 Guilherme, sendo porta aberta para toda demanda encaminhada e espontânea.

No caso de usuários da Saúde Mental devem seguir o fluxo estabelecido pelo programa, apresentando
 quadro estável e em acompanhamento nas unidades.
Os usuários serão atendidos no plantão de acolhimento, onde será realizada a entrevista de ingresso
e a  matrícula do equipamento.

Na ocorrência de surto ou crise de pessoas com transtornos mentais, a equipe do CECCO deve encaminhar
e acompanhar o indivíduo para o serviço de emergência, ou caso acompanhado da família encaminhar o
 paciente com relatório e proceder ao contato com o serviço que irá receber o caso.


VIII. RECURSOS HUMANOS

Segundo a normatização de funcionamento dos CECCOs o quadro de recursos humanos mínimos é:
 01 Coordenador;08 técnicos de nível universitário; 02 AGPP, 02 Auxiliares de Enfermagem, 02 Agentes de
Apoio; Auxiliar de limpeza e Vigilante, levando-se em conta a caracterização e, portanto, a necessidade
 do território de cada equipamento.

Quadro de Recursos Humanos do CECCO VM/VG



Profissionais
Existentes
Necessários
Coordenador 
01
(responsável)
01
(Criação do Cargo de Coordenador)

Agente de Apoio
01

0
AGPP
0
02
(Criação de 01 Cargo de Encarregado)
Aux. Enfermagem
0
02
Aux. Limpeza
0
02
Vigia
0
02
Assistente Social
02

01
Psicóloga
01

03
Terapeuta Ocupacional
0
02
TOTAL
5
15



Também são requisitados oficineiros que são encaminhados pela Secretaria de Participação e Parcerias.


IX. ESTRUTURA FÍSICA

O CECCO VILA MARIA/VILA GUILHERME – Trote atualmente conta com um espaço de 01 sala que
 será cedida provisoriamente para o funcionamento da sede administrativa, que necessita de reformas de
 telhado,elétrica, pintura, construção de rampa de acesso para as pessoas com deficiência e instalação de
 divisórias , 01 sala pequena de almoxarifado e 01 Sala que está montada a Brinquedoteca, Sala de Leitura
 e também irá funcionar a Sala Verde.

A maioria das atividades acontece no espaço do Salão do Parque de Vila Guilherme – Trote de 2ª à 6ª feira
 no horário das 7:00 às 17:00h, se estendendo até as 19:00 h nos dias de 5ª feira e 6ª feira.

X. RECURSOS MATERIAIS

Os CECCOs necessitam de vários tipos de materiais dependendo das oficinas que forem acontecendo dentro
do espaço e de materiais de escritório.

Também serão necessários alguns materiais educativos para desenvolver as oficinas.

A aquisição de material para a Unidade é vital para o bom desempenho das atividades que levam o usuário a um
 processo de valorização do referencial do outro e o de novas vocações e potencialidades e até de desenvolver
 a Proposta de Cooperativas de Geração de Renda.


XI.  Transportes.

Por ser um equipamento de referência para toda a região de Vila Maria/Vila Guilherme é necessário
 discutir junto ao SPTRANS a possibilidade de oferecer linhas de ônibus que  permitam o acesso dos
 usuários das unidades e da região.

Outra necessidade é disponibilização de transporte para realização de passeios em grupos   
  (culturais, educativos, lazer, etc...) por fazer parte do trabalho de convivência, sociabilização e integração.
O trabalho está dividido em 05 áreas de ações em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema
 Único de Saúde, o Modelo de Atenção de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, a saber:


1. Promoção e Prevenção à Saúde.
                                                                                                                                                        

O foco de atenção é a promoção e prevenção da saúde física, mental e espiritual dos usuários. São utilizadas
 técnicas da Medicina Tradicional Chinesa, como: Tai Chi Chuan, Tai Chi Pai Lin, Dao Yin, I Qi Gong,
Xiang Gong, Liang Gong, Lien Ch’i e outras.

Essas atividades estão respaldadas na Lei Municipal 14.682 de 31/01/2008, que institui no âmbito do
Município de São Paulo, o Programa Qualidade de Vida com Medicinas Tradicionais e Práticas Integrativas
 em Saúde, regulamentada pelo Decreto n 49.596 de 11/06/2008. Fazem parte deste Programa a
Homeopatia, a Acupuntura, as Atividades Físicas e Meditativas, as Plantas Medicinais e o Programa Agita
Sampa sendo desenvolvidas  de forma integrada com as demais áreas técnicas e outras Secretarias.

As atividades integrativas têm como objetivo: combater o sedentarismo, prevenir as doenças e agravos não
 transmissíveis, estimular o autocuidado e a autonomia dos indivíduos, promover a integralidade na atenção,
realizar ações terapêuticas e preventivas de forma integrada com a assistência.

No espaço do CECCO são oferecidos também atividades de Yoga, Danças Circulares, Oficina de
Alongamento e Relaxamento e, é desenvolvido junto com a UNIP – Universidade Paulista com área de
 enfermagem o Programa de Prevenção e Acompanhamento da Saúde, através de consultas de enfermagem,
 Grupos de Orientações e Palestras Educativas de acordo com os princípios do Programa Agita Sampa.  

É oferecida a oficina de autoconhecimento e qualidade de vida que utiliza dinâmicas e técnicas que visam
 aprofundar o conhecimento de si mesmo e o relacionamento interpessoal.

O Grupo de Movimento e Reflexão é um espaço onde são usadas várias técnicas para o trabalho de
conscientização corporal (exercícios respiratórias do Yoga, exercícios, de bionergética, massagens,exercício
 da medicina chinesa para mulheres, dança, meditação, etc.









2. Atenção à Saúde Mental e Cultura de Paz

Hoje existe uma estimativa de aumento do número de pessoas principalmente adultos jovens com sofrimento
 psíquico em vários níveis, decorrentes de falta de emprego, problemas de relacionamento familiar, doenças
 crônicas na família, falta de perspectiva para com a vida e o futuro.

Nessa área é oferecido o trabalho de Grupo de Terapia Comunitária aberto a todas as pessoas que
desejam e se beneficiam com um espaço de acolhimento grupal para com o sofrimento emocional e social e
 também  de compartilhamento de alegrias e conquistas.

A Terapia Comunitária Trabalha com pessoas com grau leve para moderado de sofrimento psíquico e familiar,
 cuidadores de pessoas com doença mental ou outra doença crônica e algumas experiências têm
demonstrado que diminui o índice de inserção da pessoa em situações agudas da doença mental e uso de
 medicações psiquiátricas. 

Outra questão que merece a atenção das ações do CECCO é a área de Cultura de Paz, cujo foco são
 as ações em prevenção primária em violência, já desenvolvidas em 02 momentos no CECCO através
da oficina de adolescentes da Escola Municipal Maria Helena e com 250 famílias residentes na região
do Parque Novo Mundo I em parceria com a instituição Dom Macário.

Estão previstas a ampliação de outras ações, como: Proposta de atividades de oficinas com Idosos das
 ILPI – Instituições de Longa Permanência para idosos; outros trabalhos com adolescentes das
Escolas da região, inclusive o de mediação de conflito e a continuidade do trabalho com a Instituição Dom
 Macário.

O Programa Cultura de Paz, Saúde e Cidadania da Secretaria Municipal de Saúde tem o objetivo de diminuir
 o impacto da violência sobre os cidadãos da cidade de São Paulo e contribuir para o processo de
construção de uma cultura de paz e da não violência.

3. CONVIVÊNCIA

O CECCO tem organizado alguns eventos nas áreas da Saúde da Mulher, Saúde do Idoso, Saúde da Criança,
 Medicina Tradicional Chinesa – Práticas Integrativas, Corporias e Meditativas, Terapia Comunitária,
 Feira de Saúde e outros ligados ao calendário cultural, como: 100 ANOS da Migração Japonesa, Baile
de Máscaras, Festa Junina, voltados para os usuários das Unidades Básicas de Saúde e Comunidade,
 visando à divulgação e articulação dos serviços e ampliação do alcance das ações de saúde na região,
 principalmente com relação aos cuidados de promoção e prevenção em saúde.

Dentro dessa área estamos desenvolvendo o Sarau Cultural, espaço aberto para expressões culturais
diversas como: músicas do cancioneiro popular romântico, poesias, poemas, crônicas.

Recentemente iniciamos um trabalho em parceria com a Sociedade Pestalozzi, onde é desenvolvido uma vez
 por mês a oficina integrativa de artesanato em conjunto com os usuários da Pestalozzi e do CECCO,
com objetivo de inclusão e socialização.

4. COOPERATIVA

4.1. OFICINAS DE ARTESANATO

Estão sendo desenvolvidas através das oficinas permanentes de artesanato e tem como foco o aprendizado,
capacitação e desenvolvimento de habilidades. O espaço tem propiciado a troca de experiências, vivências e
 de histórias. Vem sendo despertada no grupo a necessidade de conhecer outras experiências de grupo de
artesanato e de cooperativas.

4.2. HORTA COMUNITÁRIA

A idéia da Horta Comunitária surgiu de uma discussão do grupo de oficina cultural, onde se discutiu
sobre o que são cooperativas, algumas opções foram levantadas como o da Horta Comunitária, uma vez que
 o Parque tem espaço que ainda não está sendo utilizado.

Levamos a idéia para a Administradora que está desenvolvendo o Projeto com as estagiárias e que pensa
 em utilizar o espaço para desenvolver cursos e talvez gerar hortaliças ou plantas medicinais para o consumo
do grupo que estiver trabalhando no Projeto.

O trabalho de Horta tem como objetivo: promover a saúde da população como um todo, através de ações
 educativas ( ambiental,alimentar e comportamental); trabalhar de forma prazerosa aspectos ambientais e
sociais; propiciar a criação de vínculos afetivos e solidários entre o grupo envolvido;promover a segurança
 alimentar do
 público alvo e da comunidade local;gerar trabalho e renda através da produção de alimento sadio
 (sem defensivos agrícolas);tornar os participantes capazes de gerenciar o empreendimento (horta comunitária)
;elevar a auto-estima, pois com o trabalho diário dedicado na produção de seu próprio alimento ajuda a criar a
 consciência das atividades cotidianas e do sentimento de identificação com o processo de construção
 de suas identidades, resgatando deste modo a alegria de se viver e se sentir incluído na sociedade
 como um todo. 

O trabalho de horta comunitária são processos interativos de aprendizagem entre todos os envolvidos.


5. CIDADANIA, EDUCAÇÃO E CULTURA

O Projeto Cidadania,Educação e Cultura tem como enfoque o trabalho de educação ambiental que será
desenvolvido em parceria com o Parque de Vila Guilherme – Trote e segue também os princípios do Programa
de Cultura de Paz da Secretaria Municipal de Saúde.

O espaço que temos para desenvolver o Projeto é o mesmo da Sala Verde, Sala de Leitura e da Brinquedoteca
 e também todo área externa do Parque.


5.1. BRINQUEDOTECA

A implantação das brinquedotecas em equipamentos de saúde tem como respaldo o Decreto
Municipal nº. 44.592, de 08/04/2004, que regulamenta a Lei nº. 13.314, de 31 de janeiro de 202,
 que dispõe sobre o “Projeto de Humanização do acendimento Hospitalar” nos hospitais públicos
municipais e a Lei Federal nº. 11.104 de 21/03/2005, que dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de
brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação.

Em 2001 a Secretaria Municipal de Saúde firmou parceria com o Comitê Betinho dos Funcionários do
 Santander Banespa e implantou a primeira brinquedoteca que recebeu o nome de “Betinho”, no
 Hospital do Servidor Público Municipal e no ano de 2002 todos os hospitais municipais e algumas
 Unidades de Urgência e Emergência já contavam com brinquedoteca.

Numa atitude pioneira o projeto foi estendido à rede de Atenção Básica de Saúde com o apoio e
 parceria do Comitê Betinho dos Funcionários do Santander Banespa e o Banco Santander Banespa.

Na Secretaria Municipal de Saúde até março de 2009 já foram implantadas 74 Brinquedotecas,
sendo: 01 OSS Santa Marcelina, 14 Hospitais, 06 Prontos-Socorros, 07 Centro de Atendimento Psicossocial
 Infantil, 04 Centros de Convivência e Cooperativas, 01 Centro de Referência de Doenças Sexualmente
Transmissíveis, 35 Unidades Básicas de Saúde e 06 Ambulatórios.
A Brinquedoteca do CECCO Vila Maria/Vila Guilherme foi recentemente montada com materiais enviados
 pela Secretaria Municipal de Saúde e que estavam sendo utilizados em outro espaço que foi desativado
 no CECCO Jaçanã.

Temos como proposta trabalhar com atividades dirigidas em dias pré-estabelecidos e desenvolver temas
 direcionados aos Cuidados de Saúde, Meio Ambientes e Cultura de Paz.

As atividades serão divulgadas para os freqüentadores do Parque, comunidade da área e principalmente
 para as Escolas da região.
A idéia e que as Escolas possam trazer grupos de crianças por sala de aula para conhecer o Parque e
 participarem de atividades dirigidas que serão administradas no espaço da Brinquedoteca e na área externa
do Parque.

A meta do trabalho é formar grupos de crianças e adolescentes também entre os visitantes do Parque e
 Comunidade que poderão se inscrever ou virem participar das atividades nos dias pré-estabelecidos.
Pretendemos também organizar plantões de atendimento da Brinquedoteca com pessoas da comunidade
 que tenham perfil e interesse em trabalhar com o público infanto-juvenil, principalmente nos finais de semana.

Pretendemos oferecer a criança, ao adolescente e a família um espaço interativo e lúdico para o aprendizado
 socialização e de conhecimento para promoção e prevenção da saúde e de respeito à diversidade e ao meio
 ambiente.

5.2. OFICINA DE CONTOS

A imaginação, a fantasia, o faz-de-conta são aspectos naturais das crianças e desse trabalho de estímulo
à imaginação, a criatividade temos como resultado a aprendizagem.
As crianças têm uma capacidade incrível de criar todo um universo paralelo ao mundo em que vivem,
às vezes, é até um pouco difícil identificar em que mundo elas estão – no nosso mundo real ou no seu
mundo imaginário.

Quando paramos e observamos as brincadeiras das crianças, vemos ali grandes heróis, princesas,
 fadas, monstros... vemos um mundo cheio de fantasia, onde não há limites para a imaginação. Afinal,
 é a brincadeira que traz para a criança o contato com o mundo real.

Atuar no espaço da Brinquedoteca é exercer um papel de educador, estimulando a criatividade, cooperação,
sensibilidade, entre vários outros valores, fazer com que as crianças aprendam e também nos ensinem.

Vários temas podem ser tratados de forma lúdica, assim, o aprender e o educar se torna divertido e prazeroso.

O educador também é a fonte de inspiração das crianças, é o eterno negociador entre a fantasia e o real,
 aliando todo o prazer do conhecimento.
 O ato de contar estórias, além de contribuir para transmissão de valores e exemplos de conduta,
traz cumplicidade que aumentam os laços afetivos, a confiança e amizade.
 Ler estórias para as crianças é muito desejável, amplia seus horizontes, traz novas perspectivas de vida,
 instaura o hábito de leitura e o ato propriamente de contar estórias com os próprios recursos pessoais,
utilizando o recurso de entonação da voz (mais aguda ou grave) de desenhos, fantoches, bonecos,
 teatro de sombras, sonoplastia e outras técnicas potencializam muito mais os benefícios citados acima.

Na oficina também será proposto à confecção dos personagens da estória com materiais reciclados,
trabalhando assim o conceito de reaproveitamento de material e cuidado com o meio ambiente, além
de desenvolver a criatividade e habilidades motoras e artísticas

5.3. OFICINA DE JOGOS LÚDICOS

Constamos que cada vez mais na sociedade estão se perdendo hábitos e costumes e principalmente
 sendo esquecidas as brincadeiras antigas apreendidas de geração em geração e que estão sendo
substituídas por outras práticas isoladas, como o uso do computador. Isso influencia o comportamento
das crianças que estão mais “virtuais”, podendo prejudicar algumas áreas do desenvolvimento.

A vida em grandes centros urbanos dificulta a convivência e a troca de experiência, priorizando passeios
 em shopping e o consumismo e o acesso aos meios de comunicação de massa cria padrões de conduta
 que nem sempre são adequadas as necessidades das crianças, adolescentes e adultos.

Portanto esse trabalho pretende resgatar o valor das diversidades culturais e propiciar momentos de troca
de experiência e de conhecimento, enriquecendo a sua rede grupal, comunitária e social, bem como
manter viva na memória a riqueza do patrimônio cultural, através de um processo de retro alimentação:
memória, rede e mudança social.

O programa é dirigido para todos os ciclos de vida e será desenvolvido através de vivências grupais,
 dinâmicas, jogos, brincadeiras, contos, lendas, fábulas, canções e provérbios, dentro do espaço da
 Brinquedoteca e na área livre do Parque de Vila Guilherme – Trote.
: "Bem sabemos que rememorar se assemelha a uma escavação em que o cotidiano reaparece descrito,
 em que cada lembrança torna-se cúmplice de novas lembranças, que vão autorizando um exercício de
tirar o presente do engessamento em tarefas que o sufocam, realizando um pacto criador em que a
 emancipação da força do passado ajuda a vislumbrar outros tipos de futuro". (BOSI, E. Memória e sociedade: lembrança de velhos.
 São Paulo: Cia. Das Letras, 1999, 181).

5.4. OFICINA CULTURAL
                                             
Espaço de encontro, reflexão e conversa, aberto a todos os ciclos de vida. São discutidos
temas atuais, datas comemorativas, eventos, passeios, etc.
Nesse trabalho os usuários são os protagonistas, pois são eles que irão decidir as ações que nortearão
as atividades.

O objetivo do trabalho é transformar os membros do grupo em sujeitos coletivos, conscientes de seu papel
como cidadãos.

5.5. SALA VERDE


O projeto aguarda os recursos para a implantação do Projeto da Sala Verde que visa à construção de um
 espaço físico e virtual de referência em educação ambiental no Parque do Trote, integrando as ações
 do Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis e Verdes.

Esse espaço pretende disponibilizar material de consulta sobre meio ambiente, já disponível e gerar inquietação
 necessária à produção de novos conhecimentos, o que significa desenvolver ações de promoção
 à saúde e meio ambiente.



5.6. TRILHAS ECOLÓGICAS E DO SENTIDO


A área que hoje é ocupada pelo Parque de Vila Guilherme – Trote passou por uma reforma, onde se priorizou
um projeto de inclusão da pessoa com deficiência.
O Parque conta com um local para caminhada com barras, com o jardim dos aromas, onde foi feito o
plantio de ervas medicinais no percurso para o desenvolvimento dos sentidos do deficiente visual, que
 pode ser utilizado como trabalho inclusão e respeito às diversidades com crianças e adolescentes que não
tem nenhuma deficiência.

Está previsto também o Projeto de Equoterapia no espaço das Cocheiras, que ainda aguarda a liberação
de verbas para iniciar as reformas.

O Parque de Vila Guilherme – Trote desenvolveu todo um trabalho de mapeamento da sua área externa e
criou algumas opções de trilhas ecológicas, com o objetivo de se trabalhar a educação ambiental.

Esse trabalho será coordenado pela Administração do Parque de Vila Guilherme – Trote e será
desenvolvido pelas estagiárias do Parque em parceria com a equipe do CECCO Vila Maria/Vila Guilherme –
Trote.


5.6. SALA DE LEITURA
O acervo da Sala de Leitura do Parque de Vila Guilherme – Trote foi doado pela comunidade e por membros
 do Conselho Gestor do Parque.
O desafio hoje é a manutenção do acervo e o gerenciamento do espaço que foi absorvido pelo CECCO
 Vila Maria/Vila Guilherme em parceria com a Administração do Parque.
Dados da ONU indicam que o Brasil registra um índice de leitura de 1.8 livros por habitante por ano, ao
passo que países como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos apresentam um índice de 5 e a França um índice
 de 7 livros por habitante por ano. Oferecer mais acesso ao livro em nosso país, além de melhorar esse índice
 de leitura, contribuirá igualmente para atenuar outras estatísticas que merecem resposta utilizando-se atos
 concretos: uma pesquisa do Ibope, em 2001 revelou que 25% dos brasileiros são totalmente analfabetos e
outros
 50% são analfabetos funcionais (sabem ler, mas não conseguem compreender um texto mais complexo.
a mesma pesquisa indicou que os restantes 25% dos brasileiros que sabem ler ou escrever têm pouco acesso
 aos livros.
Outra constatação é o fato de que incentivar o gosto pela leitura não é uma tarefa fácil, principalmente na
 infância. Muitas vezes, dividir o tempo das brincadeiras, desenho animado e jogos no computador com os livros
 parecem uma tortura, já que o hábito de ler não é exercitado e se torna chato para maior parte das crianças.
Portanto, a tarefa de manter o espaço e gerenciá-lo é de suma importância para comunidade, abrindo
oportunidades de informação e cultura para crianças, jovens, adultos e a comunidade em geral.
Pretendemos também incentivar e estimular a comunidade para gerir o Projeto, para que realmente
 possa ser um patrimônio da comunidade onde está inserida. Essa relação de propriedade, e de cuidado é o
diferencial do projeto, e é o que realmente assegura o sucesso de sua continuidade.

"Quanto mais você lê, é mais sujeito da leitura e
menos manipulado pela mídia, você é mais você, se
move com mais facilidade e desenvoltura num mundo
manipulado pela comunicação"
Marisa Lajolo, professora

Referências

Plano Municipal de Saúde – 2008-2009.

Documento de Normas Técnicas e Padronização de Condutas: Normatização das Ações nos Centros de
 Convivência e Cooperativas Municipais – 1992.
LE GOFF, J. Memória e história. São Paulo: Unicamp, 1996.
LINHARES, C. (Org.). Políticas do conhecimento: velhos contos, novas contas. Niterói: Intertexto, 1999.
PERROTTI, E. Confinamento cultural infância e leitura. São Paulo: Summus, 1986
VIGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
ALMEIDA JUNIOR, O. F. de. B. Bibliotecas públicas e bibliotecas alternativas. Londrina. UEL, 1997.
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BROUGÈRE, G. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 1997.
CHARTIER, R. A história cultural. São Paulo: Difel, 1990.
CICOUREL, A. et al. Desvendando máscaras sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alv






O Projeto Terapêutico do CECCO Vila Maria/Vila Guilherme – Trote foi elaborado pela Equipe de profissionais
 que compõe atualmente o quadro de recursos humanos do CECCO e pelos colaboradores.





Equipe do CECCO Vila Maria/Vila Guilherme:

Ana Célia Marques Landulfo Novais
Luciene Marques Lupatelli
Maria Eloína Franca Domingues
Renilda Maria do Patrocínio Narcisio






Equipe de Colaboradores:

Alice Fantozzi Assad
Antonio Benzi
Cecília Pelegrino de Oliveira Faxina
Maria Aparecida Aponte Tiengo
Mara Rita Giacomini Amaro
Sueli Brito de Azevedo
S.P. 23/04/09.






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