Nossa História


                                          
  
I. HISTÓRICO

Os Centros de Convivência e Cooperativas foram inicialmente implantados na cidade de São Paulo na década de 90, enquanto equipamento pertencente à rede de atenção a saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde, de acordo com os pressupostos da luta antimanicomial, que discutia a problematização das instituições totais e seu reflexo na sociedade e a necessidade da garantia da cidadania.

Para implantação desse serviço na cidade de São Paulo foi elaborado um documento de Normas Técnicas e Padronização de Condutas: Normatização das Ações nos Centros de  Convivência e Cooperativas Municipais, documento que serviu de referência até 2006, quando foi realizada uma revisão pelo grupo de trabalho intersecretarial “Cultura, Cidadania e Saúde Mental”.

Atualizar estas referências técnico-normativas era necessário, pois o funcionamento dos equipamentos  durante esse período sofreu várias alterações, foi se escrevendo outra história e apareceram as primeiras mudanças conceituais: de antimanicomial para inclusão, vulnerabilidades, direitos, respeito, diversidade e para integralidade.

Atualmente os CECCOS cumprem na prática diária o compromisso de substituição dos modelos ditos “manicomiais”, por novas formas de relação social pautada na inclusão, no respeito à diversidade, na cooperação pela cultura da paz.

O conceito de saúde mental nesta abordagem foi ampliado para ser objeto de saúde pública, cultura, meio ambiente, além de ter um foco específico nas relações de trabalho, sociais e econômicas.

Os CECCOS institucionalmente funcionam como elo entre estas esferas de  vivência e ação do cidadão, facilitando o trânsito entre elas e capacitando as escolhas.

O Centro de Convivência e Cooperativa constitui-se, como um equipamento de saúde, de caráter intersecretarial cuja principal função é promover a inclusão social do portador de
sofrimento mental; portadores de deficiência física, mental, sensorial; idosos; crianças e adolescentes, enfim todos aqueles segmentos da sociedade, que, em dado momento, apresentam prejuízo na sua interação social.

Dessa forma, o CECCO deve acolher a toda a população (geral e vulnerável), de todas as faixas etárias que necessitam do trabalho da unidade, propondo reduzir o preconceito e as diferenças, favorecer a inclusão social, trabalhar com os diferentes recursos oferecidos pela comunidade e outros equipamentos públicos do território, favorecendo assim o pleno exercício da cidadania.

Os CECCOS fazem parte da “rede de cuidado ininterrupto à saúde” e da rede de proteção social, dentro do território.

II – INTRODUÇÃO

O CECCO Vila Maria/Vila Guilherme, nasceu da necessidade de se buscar espaço para
realização de oficinas de Tai Chi Pai Lin e Danças Circulares que eram realizadas na
Biblioteca da Vila Maria.

Com a mudança de diretrizes da Secretaria da Cultura proibindo a continuidade da realização destas oficinas no anfiteatro da biblioteca, um grupo de usuários juntamente com a Coordenadora destas oficinas foi procurar o espaço do Parque de Vila Guilherme – Trote que se encontrava recém reformado e sem ser ocupado. Com  a permissão do administrador do Parque a partir de outubro de 2006 as terças e quartas-feiras  eram ministradas as oficinas.

Em 2007 outros profissionais de unidades básicas de unidades da região vieram realizar seus trabalhos utilizando este espaço não existente nas unidades de saúde.

Em função do uso do espaço pelos profissionais e da inexistência desse recurso na
 região surgiu à ideia de se propor a implantação do equipamento CECCO dentro do
Parque de Vila Guilherme – Trote para Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria
do Verde e do Meio Ambiente.

A Interlocução de Práticas Integrativas, Corporais e Meditativas junto com a Interlocução de Saúde Mental  da Supervisão de Saúde de Vila Maria/Vila Guilherme, com o apoio do Supervisor de Saúde Dr. Ruy Guilherme Córdero da Silva elaborou um Projeto para implantação do equipamento e apresentou para o Administrador do Parque e ao Conselho Gestor do Parque, que aprovaram de pronto a proposta, a partir de então, iniciou-se um trabalho de mobilização e negociação com as Secretarias envolvidas.

Em 21/07/08 o Centro de Convivência e Cooperativa de Vila Maria/Vila Guilherme – Trote foi reconhecido e oficializado como equipamento pertencente à rede de serviços da Secretaria Municipal de Saúde.

A sede do equipamento foi primeiramente instalada em 01 sala anexa a antiga administração da Sociedade Paulista de Trote, com acesso pela Av. Nadir Dias de Figueiredo, nº 1580 – Vila Guilherme.

A sede oficial do CECCO foi negociada com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente para funcionar na área das Cocheiras que foi tombada pelo Patrimônio Cultural e que aguarda liberação de verba para início  do  Projeto de reformas.

III . JUSTIFICATICA


Os Centros de Convivência e Cooperativa são serviços municipais sob a gerência da Secretaria Municipal de Saúde em parceria prioritária com as Secretaria de Cultura, do Verde e Meio Ambiente, Esportes e Participação e Parceria, além dos parceiros da Comunidade Científica e Instituições Não Governamentais, que realizam política pública de qualidade com acesso universal, alterando os índices de desenvolvimento nas regiões em que atua.

Os CECCOs têm como perspectiva a realização de uma ação pública que garanta os direitos universais e acesso a serviços por meio de oficinas livres para população com temas de interesse, que contemple a diversidade social independente da condição econômica, cultural, de saúde e credo.

Buscar fomentar o desenvolvimento de potencial criativo – oficinas culturais de convivência e potencial ativo – geração de renda em economia solidária.

A missão dos CECCOs é possibilitar o encontro da diversidade mediada pelas manifestações culturais, na forma de oficinas de qualidade, carregadas de sentido ético-estético-histórico, que venham possibilitar a circulação de papéis e lugares existenciais, que concorram para o surgimento de sujeitos de desejo e da coletividade.

O CECCO deve trabalhar junto às famílias, e comunidade oferecendo novas possibilidades e vínculos e relações, favorecendo a rede de apoio social que se mostra na maior parte das vezes eficaz  para proteger as pessoas e diminuir sua vulnerabilidade. Seu compromisso maior é a não institucionalização da população.

IV– OBJETIVO GERAL

- Oferecer a família, a criança, ao adolescente, ao adulto e ao idoso, espaços de aprendizagem, conhecimento, informação e desenvolvimento, através das áreas da cultura, meio ambiente, saúde, educação, cidadania e trabalho.

V – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Trabalhar com a diversidade, respeitando os aspectos individuais e as experiências de vida de cada participante e possibilitando a inclusão do portador de sofrimento mental; do portador de deficiência física, mental, sensorial e de todos os segmentos da sociedade que apresentam prejuízo na sua interação social;

- Proporcionar espaços de aprendizagem para todas as idades nas áreas de saúde, meio ambiente, cultura, educação, cidadania e trabalho;

- Promover encontro de pessoas, facilitando a inclusão de indivíduos em vulnerabilidade de saúde ou social;

- Estimular o despertar de novas vocações e potencialidades com objetivo de desenvolver a Proposta de Cooperativas de Geração de Renda;

- Estimular a participação da comunidade na elaboração e manutenção de projetos que venham beneficiar a comunidade;

- Favorecer o reconhecimento das pessoas, independente de sua faixa etária como sujeitos de direitos e deveres capazes de gerar mudanças individuais e sociais;

- Atuar de forma integrada com os recursos da comunidade e de outros equipamentos públicos
do território para desenvolver ações que visem à inclusão e inserção social;

- Promover eventos que integrem as ações das Unidades Básicas de Saúde da região de Vila
Maria/Vila Guilherme e Comunidade, visando à divulgação e articulação dos serviços e a ampliação do alcance das ações de saúde, principalmente com relação aos cuidados de promoção e prevenção em saúde;

- Promover a divulgação, discussão e informações acerca dos problemas do meio ambiente e saúde da comunidade;

- Manter a questão da saúde em evidência, buscando a conscientização da população sobre as
 questões de saúde individual e da comunidade;

- Propiciar transformações conceituais na compreensão da saúde, relacionando-a a qualidade e ao compromisso com a vida e não simplesmente à ausência de enfermidades;

- Promover o conhecimento dos recursos de sua comunidade e da sua responsabilidade na
 preservação e cuidado de sua saúde e do meio ambiente;

- Desenvolver os conceitos dos 5 R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar e Recusar, onde o primeiro passo é reduzir a quantidade de lixo que se produz, depois reutilizar tudo que pudermos e reciclar, repensar nosso comportamento diário e recusar produtos que agridam a saúde e o meio ambiente;

- Propiciar momentos de reflexão e discussão que mobilize o interesse das pessoas  para desenvolver  ações que transforme as suas atitudes individuais e o seu compromisso pela melhoria da qualidade de vida da comunidade;

VI – METODOLOGIA

O trabalho a ser desenvolvido prioriza a formação de grupos de pessoas, através de oficinas de diferentes  linguagens: culturais, de práticas corporais, de convivência, educativas, de cooperativas, cujo foco é a inclusão e valorização do potencial criativo e ativo dos indivíduos; a valorização do vínculo enquanto processo de promoção de saúde; a inclusão pelo trabalho, a potencialização do exercício da cidadania para todos.

VII. FLUXO DE ATENDIMENTO


O CECCO está se estruturando para ser referência às Unidades de Saúde da região da Vila Maria/Vila Guilherme, sendo porta aberta para toda demanda encaminhada e espontânea.

No caso de usuários da Saúde Mental devem seguir o fluxo estabelecido pelo programa, apresentando quadro estável e em acompanhamento nas unidades.
Os usuários serão atendidos no plantão de acolhimento, onde será realizada a entrevista de ingresso e a  matrícula do equipamento.

Na ocorrência de surto ou crise de pessoas com transtornos mentais, a equipe do CECCO deve encaminhar e acompanhar o indivíduo para o serviço de emergência, ou caso acompanhado da família encaminhar o paciente com relatório e proceder ao contato com o serviço que irá receber o caso.

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